Comemorando os 100 anos do 8 de março como o Dia Internacional de Luta das Mulheres, o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) está mobilizado em conjunto com outros movimentos sociais camponeses e urbanos em diversas regiões do Brasil
Publicado 09/03/2010 - Atualizado 20/08/2024

Comemorando os 100 anos do 8 de março como o Dia Internacional de Luta das Mulheres, o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) está mobilizado em conjunto com outros movimentos sociais camponeses e urbanos em diversas regiões do Brasil.
Neste ano, estamos em mais uma Jornada Nacional para dar continuidade a toda história de luta que juntas estamos construindo nesses 100 anos, pois acreditamos que muitas coisas ainda precisam e devem ser transformadas. As atividades da Jornada de Luta das quais o MMC participa estão acontecendo desde o dia 3/3, e estendem-se até o dia 14/3.
Atividades estaduais da Jornada Nacional de Lutas de março das quais o MMC participa:
No Rio Grande do Sul: As atividades concentraram-se nos dias 3 e 4 de março, em Palmeira das Missões e em Porto Alegre. Em Palmeira das Missões, mais de 800 mulheres da Via Campesina e Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) trancaram a RST 569, e seguiram em caminhada até a praça da Matriz onde, pela tarde, fizeram um estudo sobre a violência contra as mulheres do campo e da cidade.
Em Porto Alegre, as mulheres realizaram várias ações de denúncia. Em frente à empresa Solae, as mulheres amamentaram esqueletos que simbolizam o sugamento das mulheres pelo capital, principalmente o agronegócio, além de denunciar o uso abusivo dos agrotóxicos e transgênicos. Ao mesmo tempo, outro grupo ocupou o Ministério da Agricultura. À tarde, as mulheres se dirigiram para a UFRGS, onde conjuntamente com os estudantes pautaram a retirada do projeto do Parque Tecnológico – que prevê a cessão de um espaço público da universidade para que empresas como Bunge, Aracruz Celulose realizem pesquisas conveniadas à instituição. A ação mobilizou cerca de 800 mulheres da Via Campesina e organizações urbanas.
O MMC da região próxima a Santa Maria reuniu aproximadamente 600 mulheres camponesas para um dia de estudo e celebração. O encontro aconteceu no município de Ivorá. Na região Litorânea, as mulheres camponesas realizaram encontro regional no dia 6 para debate sobre políticas públicas e realizam audiências em todos os municípios pautando os temas do Código Florestal e do combate à violência.
No Acre, as atividades aconteceram no dia 4/3, na capital Rio Branco. Cerca de 100 mulheres do MMC e da Comissão Pastoral da Terra realizaram uma eata pautando a implementação do bloco de produtora rural. Uma comissão foi recebida pelo presidente da Assembleia Legislativa, que ficou com o compromisso de discutir com o secretário da fazenda a implementação do bloco de produtora para as mulheres trabalhadoras rurais.
Em Santa Catarina, o Dia Internacional da Mulher traz um amplo debate sobre o tema Bioma Mata Atlântica em seis regiões do estado: São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira, Chapecó, Joaçaba, Anita Garibaldi e Mafra. O objetivo nesta semana é aprofundar as discussões sobre o tema e dar continuidade à luta por políticas públicas: pagamento por serviços ambientais PSA, subsídio para a produção de alimentos saudáveis e a carência nas dívidas da agricultura familiar e camponesa, além de denunciar a violência contra as mulheres.
Em Minas Gerais, cerca de 300 mulheres do MMC e de organizações sindicais estão concentradas em frente ao Banco do Brasil em Governador Valadares. Na pauta, elas exigem maior o ao crédito.
No Maranhão, cerca de 70 mulheres do MMC, Fórum de Mulheres e estudantes de escolas públicas mobilizaram-se no dia 6/3 em Imperatriz, pautando os efeitos das mudanças ambientais na vida das mulheres. Nesta segunda (8/3), participaram, pela manhã, de uma audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal de Imperatriz. Nesta terça (9/3), às 14h, será realizada audiência com o prefeito da cidade sobre demandas das políticas públicas para as mulheres. Na quarta (10/3), às 17h, acontece uma reunião com os presidentes de partidos políticos do município, para discutir o papel da mulher nos partidos, o empoderamento e a participação feminina nas eleições.
Em Roraima, as atividades do Dia Internacional da Mulher foram marcadas por palestras e mobilizações no último sábado (6/3). Com a participação de 30 mulheres, a formação e o ato de rua concentraram-se em São João da Baliza, onde foi pautada a violência contra a mulher, o Dia Internacional da Mulher, as linhas e as bandeiras de luta das mulheres.
Em Alagoas, 450 companheiras e companheiros da Via Campesina (Movimento de Mulheres Camponesas, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento Sem Terra) e AMIGREAL se mobilizaram em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas. A mobilização denunciou os grandes projetos do capital, como o avanço do monocultivo da cana-de-açúcar, Canal do Sertão, transposição do São Francisco e os investimentos do governo, que somam mais de R$ 400 milhões para a Vale Verde, empresa mineradora que desde a década de 80 pesquisa o solo do Agreste alagoano.
Em Mato Grosso, cerca de 200 mulheres do MMC e do MST realizaram nos dias 6 e 7/3 formação política para debater a conjuntura atual, os dados sobre violência contra as mulheres, a luta de classes e o modelo do agronegócio. Na segunda-feira (8/3), no centro de Cuiabá, realizaram um ato de rua denunciando a violência do modelo capitalista, patriarcal e machista.
Na Paraíba, as mulheres estarão concentradas no Cassino da Lagoa, em João Pessoa, de onde sairão em marcha pelas principais ruas da cidade, pautando principalmente a violência contra a mulher. Em todo o estado acontecem atividades alusivas aos 100 anos do Dia Internacional da Mulher.
Em Cajazeiras as mulheres realizam uma celebração em memória das mulheres assassinadas no município e região e também uma caminhada pelas principais ruas da cidade, exigindo justiça frente à impunidade dos crimes cometidos contra as mulheres. A caminhada termina em frente ao Fórum de Cajazeiras. Seguem em atividades entre os dias 9 e 12, nos municípios de Queimadas, Monteiro e Remígio.
Em Tocantins, 60 mulheres participaram, no domingo (7/3), de uma reunião de estudo em Nova Olinda. Os principais pontos de discussão foram a violência domestica, a previdência social e a alimentação escolar. Além do MMC, participaram do evento o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, APAE e Casa do Idoso.
No Espírito Santo as atividades concentraram-se no norte do estado e na capital. No município de São Mateus, cerca de 400 mulheres do MMC e da Via Campesina fecharam a BR 101 e seguiram em caminhada até o Banco do Brasil, onde foi entregue uma nota pública pautando políticas para as mulheres camponesas. Em Vitória, mulheres do campo e da cidade, representando o MMC, a Via Campesina e organizações urbanas, realizaram uma marcha pelas principais ruas da capital.
Em Goiás as atividades concentraram-se no município de Rubiataba, onde cerca de 500 mulheres da Via Campesina reuniram-se durante o fim-de-semana (6 e 7/3) em uma atividade de formação. Na segunda-feira (8/3), as mulheres realizaram um ato de rua com panfletagem, apresentando à sociedade os temas debatidos nos dias de formação. O município de Rubiataba foi escolhido por ser o local com maior monocultivo de cana-de-açúcar do estado.
No Pará, as mulheres promovem eatas na próxima quinta-feira (11/3) em Conceição do Araguaia.
Na Bahia um acampamento estadual reuniu mais de 1500 mulheres da Via Campesina e trabalhadoras urbanas. A abertura da atividade teve início na quinta-feira (4/3). Nesta segunda (8/3), uma caminhada de rua contou com a participação de cerca de 2000 mulheres.
Ainda nesta semana estão previstas atividades em municípios onde o MMC atua.